A BYD, fabricante chinesa de veículos, enfrenta sucessivos atrasos na inauguração de sua fábrica em Camaçari, Bahia. Inicialmente prevista para o último trimestre de 2024, a montagem foi adiada para março de 2025 e, em 26 de fevereiro de 2025, a empresa anunciou novo adiamento para setembro de 2025. O principal motivo foi a descoberta de problemas com a terceirizada Jinjiang, responsável por parte das obras, após denúncias de trabalho análogo à escravidão, que resultaram no resgate de 163 trabalhadores pelo Ministério Público do Trabalho. A BYD revisou seu cronograma para garantir condições adequadas de trabalho.
A empresa mantém o plano de iniciar a produção no modo SKD (Semi Knocked Down), que envolve a montagem de veículos parcialmente prontos, exigindo apenas a fixação de algumas partes localmente. Esse método é vantajoso para a BYD, pois reduz a necessidade de mão de obra e a carga tributária, mas é criticado por gerar poucos empregos, contrariando um dos objetivos dos incentivos fiscais oferecidos pelo estado.
Os atrasos acumulados somam quase um ano, mas a BYD segue comprometida com o projeto, estratégico para sua expansão no mercado brasileiro e para atender à demanda por veículos elétricos e híbridos. A fábrica em Camaçari representa um investimento significativo no país, apesar dos desafios enfrentados.